De acordo com Peterson (2005) o trabalho policial moderno está em constante mudança de métodos. Criminosos têm acesso a tecnologia avançada e desenvolvem novas ações com apuro extremo e planejamento dos crimes. Para emparelhar o passo com a sofisticação dos crimes, o trabalho investigativo precisa avançar no aperfeiçoamento de técnicas e aprimoramento do quadro de especialidades, considerado neste aspecto, o papel fundamental de analistas que usam tecnologias de análise de informações para resolver situações complexas.
Prossegue o autor dizendo que nos últimos 35 anos, a função de analistas foi estendida para apoiar investigações direcionadas para homicídio, fraude, narcóticos, vício, lavagem de dinheiro e crimes ambientais como também apoiando muitas outras atividades policiais. A análise é ensinada agora não só a analistas, mas também para investigadores, Autoridades Policiais e Promotores de Justiça. Na realidade, mais investigadores são formados para a análise que os próprios analistas, simplesmente, porque há muitos mais investigadores. Esses que se elevam a classe de analistas dizem que as técnicas analíticas são recursos importantes para a validação de informações.
O papel do analista é apoiar o processo decisório tomados por dirigentes policiais por meio de técnicas e métodos de produção de informações. Embora o analista propriamente dito, raramente seja responsável pelas decisões, nenhuma parte das operações das polícias deve ser indiferente ao escrutínio do analista. A habilidade de recuperar, analisar, e disseminar eficazmente a informação indica que o analista age como um elemento fundamental em todo o processo decisório. É função do analista recomendar, advogar ações eficazes e definir estratégias baseadas em seu sentido de diagnóstico. O analista não dá ordens ao pessoal operacional, mas decisões tomadas sem levar em conta uma sustentação analítica possivelmente não serão as melhores decisões.
No mundo moderno a facilidade de acesso à informação (intangibilidade) provoca alterações nas relações sociais. Mudanças ocorrem em velocidade exponencial, assim como nas relações ilícitas. O impacto dessas mudanças no crime obrigam as organizações policiais a implementarem infra-estruturas e adotarem métodos monitoração ambiental. Nesse contexto, é importante ressaltar que somente a experiência individual de um investigador, que busca explicar os fenômenos de forma empírica e responder todas as questões não tem trazido muita eficiência. Daí a necessidade das organizações desenvolverem estruturas tecnológicas e, pela atividade de Inteligência, potencializar a capacidade da organização em solucionar problemas e realizar diagnósticos de forma mais contextual.
O campo da análise do crime ficou fortalecido com a aplicação da Tecnologia da Informação e os demais recursos eletrônicos capazes de capturar, armazenar e recuperar quantidade volumosa de dados que infinitamente são maiores que uma década atrás. Atualmente existem métodos e técnicas para permitir a visualização de delitos em gráficos e diagramas que facilitam a compreensão da complexidade de relações ilícitas.
Por causa de limites na capacidade mental humana, a mente não pode lidar diretamente com a complexidade do mundo. Ao invés disso, nós construímos um modelo mental simplificado de realidade e, então, trabalhamos com este modelo. Comportamo-nos racionalmente dentro dos confins de nosso modelo, porém, ele nem sempre se adapta bem às necessidade do mundo real. Carlos Tholt. Decida com Inteligência. Editora Thesaurus.2006.
A análise de informações constitui uma atividade altamente indispensável na área de Inteligência Policial e cada vez mais as situações complexas, exigem produção analítica durante a investigação. Uma informação isolada pouco significa se não estiver relacionada com outras ou posta em destaque para buscar seu significado verdadeiro. O significado, portanto, é o resultado mais importante que existe numa análise.
Na área das previsões, um bom trabalho de análise, com ferramentas especializadas, pode gerar uma previsão de ataques futuros e perfis geográficos. A previsão de ataque futuro busca indicar a posição provável seguinte de um ataque em uma série de crimes. O perfil geográfico busca determinar os prováveis pontos de apoio para as quais um delinqüente se dirigiu a partir das posições que escolheu atuar. Ambas as técnicas têm agora ferramentas e sistemas que podem ser usados para ajudar o analista na execução destas funções.
A análise criminal é uma atividade de auxílio na previsão. A teoria da previsão tem como base um conjunto de premissas que feitas corretamente, permitirão uma previsão mais acertada. Na análise criminal se as premissas forem falsas, o trabalho sairá incorreto, pouco importando quanto exatos sejam os dados e os fatos que considerados. Outra consideração que merece destaque é que o crime pode ser caracterizado como dinâmico e complexo, surgindo de forma instável na sociedade. Porém, visto no que diz respeito à evolução temporal e espacial gera parâmetros significativos e apresenta resultados determinados.
Peterson, Marilyn B. An Analytic Approach to Investigations. Department of Law and Public Safety, Trenton, New Jersey. 2005. Disponível em: http://www.policechiefmagazine.org/magazine/index.cfm?fuseaction=display&article_id=766&issue_id=122005. Acesso em: 07/04/2007.
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