A Polícia Civil do Distrito Federal promoveu no
dia 18 de maio de 2017 a solenidade de apresentação da Delegacia Especial de
Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC). Tal medida supre uma deficiência agravada
em 2012 pela desastrosa decisão de extinguir a Divisão de Crimes de Alta
Tecnologia (DICAT) criada em 2001.
A DICAT em 11 anos de atividade prestava assessoramento a
todas as investigações de crimes que envolviam o uso de alta tecnologia, agindo
em ações repressivas e de inteligência policial no "universo virtual".
Contava com profissionais certificados na área, altamente especializados em monitoramento
de fontes abertas, bem como desenvolviam atividades sistemáticas de acompanhamento
de atividades ilícitas em redes sociais.
Durante o evento foi ressaltado que os crimes cibernéticos
terão uma investigação própria e minuciosa, conduzida por profissionais qualificados
e que a polícia sabe que a cada dia o crime se apresenta de uma forma
sofisticada e a Internet é uma ferramenta potencial muito grande para os
criminosos.
Na atual conjuntura social os criminosos atualizam
continuamente suas técnicas para incorporar as mais recentes tecnologias
emergentes em seu modus operandi. Eles estão construindo seus próprios sistemas
criptografados de comunicação, sem considerar o uso de artimanhas que estão
sempre à frente do controle repressivo.
Embora os profissionais de segurança pública estejam
bastante sobrecarregados com a criminalidade tradicional, a maioria deles, mais
cedo ou mais tarde se depara com ações criminosas com uso de tecnologias sofisticadas
e que avançam exponencialmente e que logo surgirão como uma avalanche de
ameaças capazes de desestabilizar a segurança.
Cabe destacar que a Federal Bureau of
Investigation (FBI) por meio de sua Divisão Cyber nos EUA é o órgão responsável
para investigar ataques cibernéticos por criminosos, adversários no exterior e
terroristas. A ameaça é incrivelmente séria e cresce. As invasões cibernéticas
estão se tornando mais comuns, mais perigosas e mais sofisticadas. A
infra-estrutura crítica do país, incluindo redes privadas e de setor público, é
alvo de adversários. As empresas americanas são alvo de segredos comerciais e
outros dados corporativos sensíveis e universidades para sua pesquisa e
desenvolvimento de ponta. Os cidadãos são alvo de fraudadores e ladrões de
identidade, e as crianças são alvo de predadores online. Assim como o FBI se
transformou para enfrentar melhor a ameaça terrorista após os ataques de 11 de
setembro, está empreendendo uma transformação semelhante para enfrentar a
ameaça cibernética em expansão e em evolução. Isso significa melhorar a
capacidade de investigação da Divisão Cyber para enfocar seu foco em intrusões
em redes públicas e privadas de computadores[1].
As tradicionais barreiras transnacionais para o
crime enfrentadas pelas gerações anteriores de assaltantes, estelionatários e
bandidos foram demolidas no mundo online, permitindo que esses indivíduos
entrem e saiam livremente de qualquer localização virtual. Considere as
implicações disso para nossa segurança.
União Internacional de Telecomunicações no EUA relata
que em 2000 havia 360 milhões de pessoas online e logo em 2005 a comunidade
global na internet saltava para cerca de 1 bilhão de usuários. Apenas seis anos
depois, em 2011, chegamos ao marco de 2 bilhões de usuários.
De acordo com Marc Goodmam (2015) uma coisa está
bem evidente: o poder da tecnologia e dos computadores está crescendo de forma
exponencial, e nossa capacidade de compreender a rede global de informação,
mapear e monitorar suas vastas interconexões está diminuindo.
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